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05/25/2007

Jornal do Commercio


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:: Artes e Espetáculos




O que, além da fama, imagens como as de Lady Di, Ayrton Senna, Andy Warhol, Pedro Almodóvar, Rodrigo Santoro e Edith Piaf têm em comum? Muito mais do que supõem as revistas de celebridades. É o que propõe Cédric Vernay, artista francês que está com a mostra individual Pixel na Galeria 1.618, no Leme. Como um contraponto à superexposição destes ícones da cultura mundial, Vernay utiliza a técnica de mosaico com colagem a partir de pequenos pedaços de jornais e revistas para recriar imagens dos célebres personagens.

Com estilo acadêmico figurativo, as obras de Cédric Vernay são modernas e decorativas. Nesta exposição estão 11 quadros de 1m por 1 m dispostos em pares nas paredes da galeria, reunidos de acordo com as semelhanças profissionais dos retratados, como os atores Audrey Tautou e Rodrigo Santoro, os cineastas Jean Cocteau e Pedro Almodóvar, e os cantores Edith Piaf e Charlie Parker, por exemplo.

"São portrait croisés (retratos cruzados) de ícones do século 20 que se unem pela beleza, talento e percurso. O único que fica sem par é Fidel Castro, por viver isolado, solitário, em sua ilha", explica o artista.

Instalado definitivamente no Rio de Janeiro há seis anos, juntamente com sua mulher Catherine e os dois filhos nascidos aqui, Taj e Thais, Cédric afirma que o Brasil não é mais somente o País de adoção, mas o lugar aonde seus filhos nasceram, resultando em vínculo permanente.

"Em 1994 vim para cá por conta de uma viagem de identificação realizada com um instituto francês que tinha projetos na área de saúde indígena. Morei um ano e meio com os índios da tribo ianomâmi. Fiquei encantado, como ficam os estrangeiros que vêm para o Brasil. A população ianomâmi da região do Alto Rio Negro é uma das mais isoladas e, conseqüentemente, das mais preservadas do mundo. Espero que eles possam evoluir e perpetuar seu extraordinário patrimônio cultural e histórico."

A produção em exibição na galeria é toda de 2007 e os 11 quadros estão à venda- R$ 2.850 cada, mas quem levar dois quadros que formam um "casal" pagará R$ 5 mil. Além de trabalhar na França como webdesigner, Cédric passou pelo North West Community College (NWCC) e pela escola francesa Émile Colh de Belas Artes.

"O NWCC fica no Estado do Wyoming, acima do Colorado, Estados Unidos. Como vê, os índios americanos marcaram minha vida antes dos índios brasileiros. Aprendi muito no que se refere à ilustração e ao desenho anatômico. Émile Colh é considerada uma das melhores escolas de desenho animado e ilustração da Franca", ressalta Vernay.

A técnica empregada nos retratos é uma justaposição de fragmentos de papéis. Cada um é selecionado e cortado de acordo com a cor e o tamanho. Após esta primeira fase, Cédric cola cada pedacinho na tela.

"O objetivo final é me aproximar da personalidade retratada e da realidade que me inspirou. Tal como na pintura, preciso respeitar as proporções, a luz, o volume e a cor. Cada pedaço de papel pode ser interpretado como um pixel de monitor de computador em relação ao tamanho da tela."

Mais do que uma profissão, Cédric encara sua arte como uma vocação. Para este leonino, a paixão pela arte surgiu ainda na infância, graças a sua formação acadêmica fortemente orientada pela ilustração e pelo desenho animado. "E esta paixão ainda não passou, acho que estou ligado a ela para sempre", conclui.


Pixel
Galeria 1.618
Rua Gustavo Sampaio, 840/loja A - Leme
Telefone: 2295-1618
Segunda a sexta-feira, das 11h à 1h; sábado e domingo, das 9h à 1h
Entrada franca
Até 6 de junho